28 de dezembro de 2013
6 de dezembro de 2013
Literatura implacável
Arundhati Roy sabe muito bem que sem estilo nem oficina, isto é, sem arte, não há literatura; e por isso adapta a crueldade de que a vida se entranha a uma estética que não alivia nem carrega: o desconcerto do Mundo é suficiente para que nos seja relatado com realismo, com implacável realismo. O resto é mestria da escritora na ordenação do caos.
(também aqui)
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O Deus das Pequenas Coisas
5 de dezembro de 2013
o início de O DEUS DAS PEQUENAS COISAS
Maio em Ayemenem é um mês quente e abafado. Os dias são longos e húmidos. O rio estreita e corvos pretos devoram mangas reluzentes nas árvores imóveis no seu verde-pó. Bananas vermelhas amadurecem. Jacas rebentam. Vespas dissolutas zumbem indolentemente no ar suculento. Depois chocam contra a limpidez das vidraças e morrem, inchadas e aturdidas pelo sol.
Arundhati Roy, O Deus das Pequenas Coisas [1997], tradução de Teresa Casal, Lisboa, Biblioteca Sábado, 2010.
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