Pensar-te é pensar o amor e a morte.
Escrevo na margem da tarde
No seio mágico das estações o entardecer
No teu bairro é ainda o mesmo
Com mulheres rubras e fantasmas de carne
E tinta gritando guarnicamente o não de
Todas as guerras. Fico a pensar nisto demoradamente e sinto o cântico do poema a
Sua deslocaçâo de ar o vaivém das marés
Nas margens submersas do indizível .
Sinto alguns versos quando brandos,
A agudeza incómoda o esvoaçar de pomba
Quente como as línguas de espírito santo
Abrindo algumas portas metendo mesmo o ombro às portas do medo e do preconceito
Nas margens submersas do indizível.