7 de setembro de 2012

«As Pupilas do Senhor Reitor», segundo Herculano, Eça e Camilo

Na indispensável Biografia de Júlio Dinis, Liberto Cruz recolhe algumas apreciações contemporâneas sobre As Pupilas do Senhor Reitor, o primeiro romance que lhe saiu dos prelos (1867).
Para Alexandre Herculano tratava-se d'"o primeiro romance português" (p. 129); Eça de Queirós (cuja frase assassina n'As Farpas, à data da morte do escritor notava que este "vive[ra] de leve, escreve[ra] de leve, morre[ra] de leve") defendera ou defenderá (desconheço a data) que As Pupilas "era um livro real. Surgia no meio duma literatura artificial" (ibidem); já Camilo Castelo Branco, em carta a António Feliciano de Castilho, depois de lido "As Pupilas do Abade" (sic) -- era tramado o sacrista do Camilo... -- notava, quem sabe se divertido se despeitado: "Aquilo é rebate de entroixar eu a minha papelada e desempecer a estrada à nova geração" (p. 130)...

Liberto Cruz, Biografia de Júlio Dinis, Lisboa, Círculo de Leitores, 2006.

2 comentários:

  1. Ora aí está: depois de um Júlio Dinis "refrescante", o que nos poderia levar àquela leveza de que falava o Eça, uma dimensão mais justa da obra do grande escritor-médico (ou cirurgião). Belo romance, em boa hora escolhido, e não tão leve como parece, o que teremos oportunidade de ver mais logo.

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