5 de março de 2014

assim começa O AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA:

«Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas recordava-lhe sempre o destino dos amores contrariados. O doutor Juvenal Urbino senti-o assim que entrou na casa, ainda mergulhada em penunbra, onde fora de urgência para tratar um caso que, para ele, já tinha deixado de ser urgente há muitos anos. O refugiado antilhano, Jeremiah de Saint-Amour, inválido de guerra, fotógrafo de crianças e o seu mais tolerante adversário de xadrez, tinha-se posto a salvo das inquietações da memória com um defumador cianeto de ouro.»

Gabriel García Márquez, O Amor nos Tempos de Cólera [1985], tradução de Margarida Santiago, 2.ª ed.,  Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1987.

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