11 de março de 2016

imagens de Linhas Entre Nós - II

O conto, O Senhor de Pera e Bigode,

além de uma história singela, pode ser um pequeno roteiro turístico local, que canta as belezas e grandiosidade da Serra da Estrela.
Acompanhe, antes de mais, a caminhada longa e paciente que Ti Simão faz, acompanhado do Fiel, subindo a encosta íngreme, de Manteigas até às proximidades do Seixo Branco (no mapa, em linha laranja).












Passará pelo Observatório Meteorológico (popularmente, Casa das Gadanhas), pela Casa da Fraga
 (primeiro Sanatório experimental, por iniciativa do Dr. Sousa Martins), com a Fraga da Cruz a impor-se, de vários ângulos, à sua admiração  curiosa e aventureira.
Do seu cume, a vila parece despenhada lá no fundo, depois de um voo no vazio: arrepie-se.
Acompanhará o pastor a ver o despertar do dia, com o sol a refletir-se no fraguedo das Penhas Douradas em refulgências inesquecíveis.















Sentir-se-á esmagado pelo volume ciclópico do Frade e Freira, perdidos na serrania, a contemplarem a Fraga da Cruz, ali perto, e o Fragão do Corvo, já vizinho da Villa Alzira, onde Afonso Costa se resguarda da voragem da política, em busca de paz e, quem sabe, de algum arrependimento, sucumbindo à dúvida que inquieta.
Naquela noite, depois da conversa com o pastor, saiu de casa, vigiado pela Dourada, sua cadela de estimação, subiu ao Fragão do Corvo, e, esmagado pela calote de estrelas e a visão bruxuleante de Manteigas, lá no fundão do Zêzere, (disse a guardiã), chorou.

2 comentários:

  1. O ir à Fraga da Cruz é uma aventura que nunca mais esquecemos e depois... vêm as histórias de vida do Zé e família por estes locais e que também nunca mais esquecemos. Como aquela do nevão em que o meu sogro julgava que estava ao nível do solo e estava em cima do telhado da casa da águia, a uns bons 7 metros de altura.

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