«A igreja estava apinhada de gente.» Teixeira de Sousa, Ilhéu de Contenda (1978), Mem Martins, Publicações Europa-América, s.d., p. 13.
27 de setembro de 2018
25 de setembro de 2018
raio X
«Quem lhe dera perder a visão de raio X que em tempos tanto invejou! Se ao menos fosse como o Super-Homem, que na presença de Lois Lane se tornava um ser normal!» Carlos Querido, «Real bodies«, Insanus, Lisboa, Abysmo, 2017, p. 68
21 de setembro de 2018
o início de OS DESPOJOS DO DIA
«Parece cada vez mais provável que empreenderei, realmente, a excursão que há alguns dias anda a preocupar a minha imaginação.» Kazuo Ishiguro, Os Despojos do Dia [1989] , trad. Fernanda Pinto Rodrigues, Lisboa, Gradiva, 1991, p. 7.
12 de setembro de 2018
"o barómetro dos acontecimentos"
«O dr. Teófilo era, obviamente, o fiel da balança, o barómetro dos acontecimentos: "Nem germanófilo nem anglófilo; português de bem ao serviço do interesse nacional", esclarecia, instalado na terra de ninguém.» Álvaro Guerra , Café República[1982], 3.ª ed., Lisboa, O Jornal, 1984, p. 28.
10 de setembro de 2018
8 de setembro de 2018
LINHAS ENTRE NÓS em segunda edição
Três anos passados sobre o lançamento de LINHAS ENTRE NÓS, do confrade J.
A. Marcos Serra, e há muito esgotada a parte da edição destinada ao público, decidiu-se
o autor por uma reedição, revista e aditada, desta vez em formato digital, assumida
pela Bibliotrónica Portuguesa, plataforma no âmbito da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, que criou nova capa, em conformidade com os seus critérios editoriais, e adaptou a paginação à leitura em suporte digital.
Convida-se, pois, o leitor, a descarregar, ler ou imprimir livremente,
desde que sem fins comerciais, e mesmo a enviar a “ligação” a amigos que gostem
de ler nos novos suportes. Aqui fica:
Se tiver interesse em conhecer melhor a Bibliotrónica e a forma como
apresentam os livros que reeditam, editam e disponibilizam, ficará surpreendido
com o tamanho e riqueza da preciosidade que colocam ao seu dispor.
Deixo a apresentação da reedição:
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4 de setembro de 2018
REGRESSO ÀS... SESSÕES DA CURVA!
"- Aos meus sobrinhos? Àqueles ingratos? Nem um fio de cabelo meu lhes hei-de deixar. As minhas coisas vão todas para a igreja da minha freguesia.
- Ribeira Filipe também? - indagou Felisberto, trémulo de emoção.
Nha Noca não respondeu prontamente. Olhou demoradamente para Felisberto, assoou-se ao trapo roto e depois falou:
- Até o dia de eu fazer o meu testamento, tenho muito que consultar este travesseiro - sorriu-se maternalmente para Felisberto, feito réu à espera da sentença.
Despediu-se precipitadamente da parente idosa com um beijo na testa, desejando-lhe melhoras, melhoras, melhoras, correu à cozinha onde apalpou as nádegas à Guida sabinha, prosseguiu na correria até à escada de saída, que desceu como um «bidão» rolando na calçada do Bocarrão, aos trambolhões por aí abaixo. Quando se apanhou na rua, continuou com a mesma aceleração a caminho de casa, cantando em surdina esta modinha improvisada:
Ribêra Filipi é di mé, é di mé, é di mé mi só. "
Romance-saga, muito bem urdido, retrato fidelíssimo (pelo que conheço) da realidade cabo-verdiana no tempo colonial, em que o racismo, sempre latente, se apresenta, na maior parte das vezes, diluído numa especial forma de paternalismo apoiado na supremacia da raça branca sobre a negra e a mestiça e em que o envolvimento sexual é aceite desde que não frutifique numa "ninhada de netinhos de ventas largas e cabelo cuscuz" (pg. 302)
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