Com tactilização (degustação táctil) dos seus livros:
Jaime Brasil (1896-1966), grande jornalista cultural, repórter, escritor, biógrafo, polemista e divulgador, foi um dos mais próximos amigos de Ferreira de Castro, cujas actividade literária e vida pessoal acompanhou de perto durante mais de quarenta anos, até à sua morte.
Os mais velhos, ligados à literatura e aos livros, conhecem-no, pelo menos de nome; mas se já com os ficcionistas -- poetas, romancistas e todos os outros -- é difícil conseguir que se mantenham à tona neste tempo voraz, os ensaístas e afins estão destinados aos alfarrabistas e a um público muito especializado.
Jaime Brasil não foi apenas um oficiante das "artes e das letras" -- título da página que durante algumas décadas coordenou n'O Primeiro de Janeiro -- mas um homem de acção: militar insurrecto, voluntário na Guerra Civil de Espanha, anarquista, jornalista, sindicalista, oposicionista, preso político, homem generoso, porém complicado e por vezes truculento.
Escritor de ideias de primeira água, nos vinte livros que publicou avulta o género biográfico: de Rodin a Leonardo e Velázquez, ou de Balzac a Ferreira de Castro, passando por Victor Hugo e Zola, entre outros, e também a polémica, a reportagem, ou os de sexualidade, numa perspectiva libertária e emancipação feminina.
De que modo ele leu Ferreira de Castro é o que tentaremos descobrir.
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