21 de agosto de 2011

"A CONJURA"

Josephine era bonita: os olhos largos e macios, a quindumba cheirosa, o alto corpo ondulante como palmeira embalada pelas brisas. Josephine gostava dos homens e da forma como os homens gostavam dela. Gostava do pai Pedro e do miúdo Severino. E aos dois servia feliz e exuberante.

Mulher de quissanguela, ela? Mulher apenas. Senhora de quem a fizera escrava. Senhora de todos os corações onde poisassem os seus olhos quentes. E ofuscantes. Como o Sol.


José Eduardo Agualusa, A Conjura, Alfragide, Leya,SA, 2008, p. 36

1 comentário:

  1. Grande Manel!
    Saltei rapidamente, por que ainda não cheguei à Josephine.
    Mas já contava postar hoje a propósito, que é como se segue:

    (Abraço!)

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