24 de agosto de 2011

E nós? (quando a propósito de Júlio Dinis se fala em Garrett e Herculano...)

O Jerónimo Caninguili de A Conjura anda a ler à Judite As Pupilas do Senhor Reitor, do Júlio Dinis. E nós, quando agendaremos um dos quatro romances deste grande escritor de oitocentos?
Se a memória não me falha, é o único romancista do século XIX que resiste, ao lado de Camilo e Eça. Garrett é essencialmente as Viagens (o que não é pouco, tratando-se de um livro fundador e charneira); o Herculano, pelo menos o do Eurico, requer alguma profundidade no conhecimento da Alta Idade Média peninsular, para que não seja lido pela rama, o que o afasta do leitor comum. O bom do Júlio Dinis, esse -- como muito Camilo e todo o Eça -- mantém  actualidade e interesse.

P.S. Claro que me refiro a Garret e a Herculano enquanto romancistas. Garrett persiste também no teatro (e como!) e na poesia; Herculano é apenas o maior historiador português de sempre. Para além disso, as suas figuras históricas, como soldados na guerra civil entre liberais e absolutistas e as funções públicas que desempenharam dá-lhes, também neste campo, um lugar na História de Portugal. Enfim, dois homens superiores, que foram amigos, apesar dos temperamentos completamente opostos (Garrett, um dândi guloso dos prazeres da vida; Herculano, um homem rígido e austero. Um foi feito visconde, o outro recusou o título).

3 comentários:

  1. Júlio Dinis, sim, lê-se bem.É um dos meus autores preferidos.Eça sempre.Herculano, concordo, mais compacto.Todos eles, incluindo, Camilo, grandes oportunidades de boas leituras.

    Olinda

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  2. Portanto, já temos 4 sugestões para o próximo ano.
    Óptimo!
    Adelaide

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  3. Obrigado, Olinda, espero que as possamos partilhar, de preferência ao vivo.

    Adelaide, pois é, não devemos esquecer os clássicos...

    Um abraço

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