11 de fevereiro de 2025

101 poemas portugueses #60


Cada poema
cada desenho
são os marinheiros que navegaram na minha cama
são uma revolução não só gritada na rua
são uma flor nascendo nos campos
e é o luar e a sua magia
e é a morte que não me quer
e é UMA MULHER
surpreendente como um marinheiro
luminosa como a palavra REVOLUÇÃO
tão natural como o malmequer
tão metafísica como o luar
tão desejada como a morte hoje
A MINHA MÃE
infinita e profunda
como o mar.


Artur do Cruzeiro Seixas (Amadora, 1920 - Lisboa, 2020)

Obra Poética I (2002)


1 comentário:

  1. Se Deus existe?
    O colo da minha Mãe
    Que O será sempre
    Mesmo quando já não O for…

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